quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Berros

As pessoas não acreditam em mim, e isso me sufoca.
Por que opressão?
Tenho que ser um cidadão padrão?
Ou posso escolher...
Queria confessar, falar, gritar
Explodir
Liberar o grito que me sufoca
Eu posso ser tudo
Mas para você eu não sou ninguém
E essa sua falta de fé
Me consome
Sinto-me como uma ex alcoólatra diante de um copo de cerveja
Todos olham esperando sua reação
Se resiste, faz jogo duro
E se aceita, comprova o poder da coerção.
A vida é feita de provas
Mas ninguém corrige as minhas
Faço tudo o que for preciso
Para ser aceita
E esta minha necessidade de não-rejeição
De auto-aceitação, auto-afirmação
Me domina
Vocês me perturbam,
Mas eu me perturbo ainda mais.
Preciso mais de muito
Mas não faço nada com o pouco
Apenas sento em um lugar calmo e tranqüilo
Fugindo do mundo, fugindo do medo
Pensando no que eu quero ser quando crescer
E o tempo passa, passa, passa
Mas essa angustia, esse vazio, essa falta de viver
Aumentam a cada palavra
Dita sem pensar...
Não acredito mais em mim
E adormeço
Parece que o sono traz um pouco de esperança...